A hemólise e suas implicações

É muito comum que seja solicitado ao paciente um novo exame de sangue em casos de hemólise da amostra. Entenda como isso ocorre e quais são os fatores que desencadeiam o problema,neste artigo.

O nome hemólise vem de hemo, que significa sangue e lise, que é ruptura. Ou seja, a hemólise nada mais é do que o rompimento da parede da hemácia, que faz com que a hemoglobina, contida no seu interior, se misture com o plasma.

E isso pode influenciar alguns exames. Pesquisas mostram que até mesmo pequenas taxas de hemólise podem reduzir os valores de exames de glicemia de jejum e alterar a atividade sérica de LDH.

A hemólise não ocorre apenas durante o procedimento da análise, mas também pode ocorrer dentro do corpo. É a chamada hemólise in vivo.

Ao contrário da hemólise in vitro, que ocorre fora do corpo e não traz nenhum perigo ao paciente, a in vivo pode causar sérios problemas de saúde, como a anemia hemolítica.

O rompimento pode ocorrer nos vasos sanguíneos (hemólise intravascular) ou em outro lugar do corpo (hemólise extravascular).

Esse problema pode ocorrer por diversos motivos.Entre eles: traumas físicos, deficiência enzimática, agentes antivirais e infecções.

Há uma série de fatores que causam a hemólise in vitro. Eles podem ocorrer já no processo de obtenção do material biológico e continuar através do processamento e da análise. Influencia a coleta:

Paciente – Veias frágeis

Profissional que realiza a coleta – Técnica aplicada

Ambiente – Temperatura e tempo de transporte

Existem três tipos de hemólises:

Alfa-hemólise – Hemólise parcial com perda parcial de hemoglobina pelas hemácias, formando zona cinzenta ou esverdeada ao redor da colônia em ágar (entenda o termo, clicando aqui) sangue.

Beta-hemólise – Hemólise completa das hemácias, formando uma zona transparente ao redor da colônia em ágar sangue.

Gama-hemólise –Ausência de hemólise. Não causam modificação no meio de ágar sangue.

  • Calibre da veia e trauma: a punção de veias de pequeno calibre, veias frágeis ou o ato de “pescar” às cegas a veia com uma agulha pode produzir hemólise. Se a veia for traumatizada durante a punção, o primeiro tubo obtido pode apresentar hemólise, enquanto os seguintes costumam ser adequados;

 

  • Local de punção: a retirada da amostra da fossa antecubital se associa à diminuição representativa dos percentuais de hemólise em relação a retirada de amostras de locais anatômicos mais distais;

 

  • Preparação da área com álcool: a agulha pode transferir traços de álcool da pele à amostra sanguínea e causar hemólise;

 

  • Utilização de um calibre inadequado de agulha: usar uma agulha de grosso calibre (inferior a 21G);

 

  • Conexões soltas: as conexões soltas dos componentes de flebotomia, como a conexão entre um equipamento de coleta de sangue e o adaptador Luer, entre a seringa e a agulha, ou entre o cateter e o adaptador Luer, podem introduzir ar no sistema, produzindo espuma, que pode causar a hemólise;

 

  • Enchimento incompleto de tubos: alguns aditivos em alta concentração, como o fluoreto de sódio, podem causar graus variáveis de hemólise;

 

  • Coleta com seringas: retrair excessivamente o êmbolo de uma seringa pode causar suficiente pressão para hemolisar a amostra;

 

  • Coleta por cateter periférico: alguns estudos demonstram que a causa principal de hemólise nas salas de urgências e o uso de cateteres periféricos para obter as amostras para o laboratório;

 

  • Pressão excessiva sobre o local de punção capilar, que induz uma pressão hidráulica extrema nos capilares.

 

A hemólise é apenas uma das coisas em que o profissional da saúde deve estar atento na hora de realizar um procedimento de análise. Entenda mais sobre a fase pré-analítica, acesse outros materiais sobre o assunto. 

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